terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A saga do carro na neve

Quando saímos do Brasil, nós já tínhamos o plano de que guardaríamos um dinheiro para comprar um carro que seria muito necessário, principalmente, no inverno. Fizemos diversas pesquisas e descobrimos que há uma cultura de compra de carros baratos que funcionam bem na cidade.

Barato quanto? Você consegue achar um carro de 2006 por 3.600 dólares. Não dá para comparar o dólar canadense com a moeda do Brasil (real), mas seria algo como comprar um carro modelo 2006/2007 (10 anos de uso) por 8 mil reais. Mas vale lembrar que os carros aqui já tem uma tecnologia mais avançada que os brasileiros, então mesmo esses carro usados são mais "modernos" que os carro fabricados no mesmo ano no Brasil.

Então olhamos um site no estilo OLX (aqui se chama Kijiji) e fomos olhar alguns carros. Aqui é bem comum você achar pessoas que vivem de compra e venda de carros, o que eles chamam de "car dealer". Nós também chegamos a visitar alguns lugares onde esses dealers possuem lojas, como se fosse um feirão dos automóveis usados.

Mas acabamos fechando acordo com um cara que achamos no aplicativo. Fomos até sua casa, ele nos mostrou 3 carros que ele tinha disponível e então decidimos pelo Suzuki. Durante nossas pesquisas, descobrimos que os carros japoneses seriam de melhor qualidade e durabilidade na cidade e no inverno, do que os  modelos americanos. E o carro estava dentro do nosso orçamento, e com aquela pechinchada brasileira, ainda conseguimos diminuir 200 dólares.

Agora temos um carro - usado - no qual o objetivo é nos proteger do inverno. O máximo que pudermos evitar de ficar expostos a temperaturas de - 20 à - 30, melhor pra nossa saúde. Uso o carro para ir para o trabalho, alguns dias deixo Luciana na universidade, às vezes ela vai de carro e me busca no trabalho. Usamos para passear na cidade e principalmente fazer compras. Tudo ia tranquilo até que o inverno de fato chegou.

Na véspera de natal, começou a saga do carro. Foi o dia mais frio do ano e nós ainda não tínhamos vaga na garagem do prédio, o carro dormia na rua de trás do nosso prédio, junto com outros tantos. Quando estávamos prontos para ir celebrar o natal, o carro não ligava por nada. O carro havia morrido no frio. Uma curiosidade dos carro aqui é que todos eles possuem um plug que é conectado na bateria do carro e fica pendurado do lado de fora do capô. Você precisa comprar uma extensão e plugar o carro na tomada. Isso faz com que a bateria fique recarregada durante todo o período que o carro está de repouso na temperatura congelante da cidade. Mas nós não tínhamos vaga, o carro morreu e nós tivemos que gastar 25% do valor do carro para consertá-lo. Foi um presente de natal de grego.

Graças a Deus no começo do ano surgiu uma vaga no prédio onde poderíamos deixar o carro plugado. Vale dizer que a maioria das garagens aqui são do lado de fora, descobertas, você vai precisar de sorte para achar um apartamento com garagem coberta.

Mas essa não foi a única vez que o carro morreu, mesmo tendo o plug. No Brasil o nossos carros (meu e de Luciana) tinham um sistema de que quando você trava as portas ele automaticamente desliga as luzes também. Pois eu já esqueci esse carro com os faróis acesos por duas vezes e fui trabalhar por 7 horas. Na primeira vez, não estava tão frio, e após 30 minutos do carro com os faróis apagados, a bateria recarregou e o carro funcionou. Já na segunda vez, bem recente inclusive, o frio estava bem congelante e eu esqueci os faróis acesos. Na hora de ir embora para casa o carro não dava partida, foi preciso uma chupeta de 15 minutos para que o carro voltasse a vida.

Só que a última vez que o carro teve uma parada cardíaca, foi no começo do mês agora, quando ele simplesmente não ligou mesmo com o carro plugado e os faróis desligados. O problema agora era no tal do 'starter' do carro, uma peça que é ligada diretamente com a bateria e o motor que dá a partida no carro.

Esse é o problema de comprar um carro já usado e com a quilometragem um pouco alta. Sabemos que o tempo de vida desse carro é de no máximo mais um ano. Mas enquanto não formos residentes permanentes ou mais estabilizados financeiramente na cidade, não iremos licenciar um carro novo. Mas esse é o nosso plano, conseguir ter um carro bom, novo, moderno e que aguente o inverno bravamente.

Por enquanto, seguimos felizes e apreensivos - ao mesmo tempo - com o nosso carrinho. Mas ele é ótimo. É automático, 4 portas, som moderno, bancos novos. Temos os pneus próprios para neve e um jogo de pneus para as 4 estações. E tem a opção de ligar o carro no controle manual do carro. Essa tecnologia serve exatamente para o inverno, onde você pode ligar o carro a quilômetros de distância e deixar o seu carro aquecendo, para que quando você entre não morra congelado.
Ele atende bem nossa demanda do momento.

Por aqui e obrigatório o seguro do carro feito por um órgão específico do governo (Autopac). Eles tem diversas opções de seguro (como se fosse pacotes) com diversos preços. Nós pagamos 170 dólares e o seguro cobre acidentes, colisões, roubos e furtos.

Nós também nos tornamos sócios de uma empresa chamada CAA, que é tipo um seguro. O serviço deles é para reboque, chupeta, parte elétrica do carro, troca de pneus. Você paga uma taxa anual (60 dólares) e você pode utilizar o serviço por apenas 4 vezes ao ano.



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